O Mundo não é
igual a 1857, quando operárias fabris de Nova Iorque reivindicaram direitos,
nem a 1910, época que definiu o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, durante uma
conferência na Dinamarca, em homenagem às mulheres operárias norte-americanas
que morreram na fábrica em 1857. Essas mulheres ocuparam a fábrica reivindicaram
melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho
16 para 10 horas diárias, equiparação de salários com os homens (as mulheres
chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo
tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A
manifestação foi reprimida com total violência que nesse malfadado dia as cerca
de 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano ao terem sido
trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada.
As mulheres ainda
enfrentam hoje, apesar das profundas transformações sociais, políticas e
económicas do mundo, o estigma da discriminação salarial. Conquistaram o
direito ao trabalho, estão nas fábricas, nos serviços e nas universidades,
muitas vezes em maioria, mas continuam a ganhar menos. Mesmo com
todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos,
violência masculina, jornada excessiva de trabalho e
desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda
há para ser modificado nesta história.
Continua pois atual a necessidade de haver um dia
mundial para chamar a atenção para a descriminação. Não se pretende que haja
necessidade de criar um Dia Internacional do Homem. Seria bom que fosse
desejável “descriar” o dia Internacional da Mulher por não haver necessidade de
chamar a atenção para a injustiça e desigualdade.
Uma data a não esquecer.
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