Tinha 18 anos em 1974. Passados que
vão quase 40 anos, lembro-me dos sonhos bem mais altos do que aquilo que resta
para sonhar hoje, em 2012.
Recordo-me, para poder votar, pela 1ª vez, ter de me deslocar durante cerca de três horas para
percorrer 100 km, em estradas que hoje
já não existem, porque foram substituídas por autoestradas e SCUT que tanta
polémica levantam.
Hoje reclama-se de tudo e de todos e pensa-se que foi há cerca de um ano que
deixámos de poder decidir do nosso destino. Mas será que não desistimos já há
muito de decidir quem deveria mandar, quando o número de pessoas que abdica de
votar já ultrapassou um terço da população portuguesa?
Parece que nos estamos a esquecer
do privilégio que é viver em democracia.
Por outro lado, na ditadura, enquanto os
outros países da Europa avançavam e progrediam em democracia, o regime
português mantinha o nosso país atrasado e fechado a novas ideias. Por que
razão, abertos como fomos (felizmente!) a novas ideias, não conseguimos trazer ideias de
modernidade eficazes que permitam implantar novas tecnologias que gerem novos
empregos e nova esperança aos milhares de pessoas e jovens desempregados?
Envergonho-me de pertencer a uma
geração mundial que ajudou a arrastar o planeta para o estado degradado em que
se encontra e a uma geração que não soube agarrar a democracia e a liberdade
para fazer crescer este país, depois de tanto tempo de opressão. Mas não perco a
esperança e a fé que vamos dar a volta ao Adamastor e fazer novas histórias em
vez de vivermos no orgulho de termos, no passado, dado novos mundos ao mundo.
Deposito grande esperança na nova geração. Tem
que arregaçar as mangas, criar, inventar e trabalhar.
Teresa Cunha Pereira
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