quarta-feira, 25 de abril de 2012

25 de Abril Hoje


Tinha 18 anos em 1974. Passados que vão quase 40 anos, lembro-me dos sonhos bem mais altos do que aquilo que resta para sonhar hoje, em 2012.
 Recordo-me, para poder votar,  pela 1ª vez,  ter de  me deslocar durante cerca de três horas para percorrer  100 km, em estradas que hoje já não existem, porque foram substituídas por autoestradas e SCUT que tanta polémica levantam.
 Hoje reclama-se de tudo e de todos  e pensa-se que foi há cerca de um ano que deixámos de poder decidir do nosso destino. Mas será que não desistimos já há muito de decidir quem deveria mandar, quando o número de pessoas que abdica de votar já ultrapassou um terço da população portuguesa?
Parece que nos estamos a esquecer do privilégio que é viver em democracia.
 Por outro lado, na ditadura, enquanto os outros países da Europa avançavam e progrediam em democracia, o regime português mantinha o nosso país atrasado e fechado a novas ideias. Por que razão, abertos como fomos (felizmente!) a novas ideias, não conseguimos trazer ideias de modernidade eficazes que permitam implantar novas tecnologias que gerem novos empregos e nova esperança aos milhares de  pessoas e jovens desempregados?
Envergonho-me de pertencer a uma geração mundial que ajudou a arrastar o planeta para o estado degradado em que se encontra e a uma geração que não soube agarrar a democracia e a liberdade para fazer crescer este país, depois de tanto tempo de opressão. Mas não perco a esperança e a fé que vamos dar a volta ao Adamastor e fazer novas histórias em vez de vivermos no orgulho de termos, no passado, dado novos mundos ao mundo.
 Deposito grande esperança na nova geração. Tem que arregaçar as mangas, criar, inventar e  trabalhar.

Teresa Cunha Pereira

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